As doenças mentais, como ansiedade, depressão, transtornos de personalidade e psicose, têm sido associadas ao pensamento criativo há muito tempo. Essa associação é frequentemente justificada por meio da teoria da neurodivergência, que defende que as pessoas com doenças mentais ou neurodivergentes possuem um cérebro diferente, o que pode levá-las a pensar de forma mais criativa.
Em um artigo publicado no portal The Conversation, o professor de Psicologia Gil Greengross, da Universidade Aberystwyth no Reino Unido, esclarece que muitos pesquisadores acreditam que tanto doenças mentais quanto neurodivergências podem aprimorar o pensamento criativo.
Segundo Greengross, embora representem um desafio para a concentração, essas condições podem ser benéficas para estimular a criatividade.
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Ele destaca o exemplo da cientista Temple Grandin, que atribui sua experiência no espectro do autismo ao desenvolvimento de uma máquina de abraços, contribuindo para lidar com o gado de maneira mais humanizada.
No entanto, em um estudo conduzido por sua equipe e publicado na revista científica BJPsych Open, uma abordagem criativa parece escapar dessa correlação: a dos mágicos.
Os participantes responderam a questionários avaliando traços autistas e psicóticos, e suas respostas foram comparadas a uma amostra de não-mágicos com faixa etária e distribuição de gênero semelhantes, assim como a outros grupos criativos, como comediantes, poetas, atores e músicos.
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Os resultados revelaram que os mágicos não apresentaram predisposição para traços autistas, pontuando de maneira semelhante à população em geral. Além disso, tiveram pontuações mais baixas em quase todos os sintomas psicóticos em comparação com a amostra geral e outros grupos criativos.
Greengross destaca que os mágicos exibiram uma notável capacidade de concentração, níveis reduzidos de ansiedade social e menos casos de experiências incomuns, pensamentos distorcidos e alucinações. Tais características são vantajosas para seu trabalho, permitindo que se concentrem e executem suas habilidades sem distrações.
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Além disso, os mágicos não demonstraram tendências para comportamento anti-social, apresentaram bom autocontrole e tiveram pontuações baixas em sintomas psicóticos, tornando-os mais semelhantes a profissionais como cientistas.
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Fonte: Agência O Globo